23 de maio de 2012






"A poesia nos deve surpreender pelo seu delicado excesso e não porque é diferente. Os versos devem tocar nosso próximo, como se ele tivesse lembrado algo que nas noites dos tempos já conhecia em seu coração. A beleza de um poema não está na capacidade que ele tem de deixar o leitor contente. A poesia é sempre uma surpresa, capaz de nos tirar a respiração por alguns momentos. Ela deve permanecer em nossas vidas como o por do sol: - Algo milagroso e natural ao mesmo tempo".

J. Keats

Retrato de John Keats, poeta inglês
John Keats
*
Londres, Inglaterra31 de Outubro de 1795 d.C
+
Londres, Inglaterra – 23 de Fevereiro de 1821 d.C
Poeta inglês considerado um dos maiores nomes do romantismo na Inglaterra. Sua obra oscila entre as freqüentes referências à morte e um intenso sentimento de prazer com a vida. Influenciado pelos poetas gregos do período helênico, como Homero, bem como pelos poetas elizabetanos do século XVI, persegue a perfeição estética.
Sua poesia é marcada por sentimentalismo romântico, imagens vibrantes, de grande apelo sensual, e expressão de aspectos da filosofia clássica. Nascido em Londres, fica órfão na infância e é criado em Edmonton por um tutor, que o transforma em aprendiz de cirurgião.
Volta em 1814 para Londres, onde trabalha como assistente de cirurgia em dois hospitais. Em 1817 decide abandonar a medicina para se dedicar à poesia.
Casa de Keats em Londres

No mesmo ano publica o primeiro livro, Poems, marcado por imagens ultra-românticas, mas não obtém sucesso. Em 1818 lança Endymion e inicia a produção de seu maior poema, Hyperion, que não chega a concluir por causa dos primeiros sinais de tuberculose.
Endymion – Fragmento

Só obtém reconhecimento após a morte, ocorrida em Roma, quando está com apenas 26 anos.
Filho de um cavalariço enriquecido, órfão a partir de 1804, muito jovem entusiasmou-se pela Grécia Antiga. Trabalhou como aprendiz de cirurgião durante cinco anos e depois foi nomeado externo do Guy’s Hospital.
Keats estudou para ser farmacêutico, chegando mesmo a se formar. Porém, seu interesse por idiomas (dominava o latim e o francês), por história e mitologia o levou a exercer a literatura.
O trabalho de Keats raramente foi bem recebido pelo público e pela crítica. Indiferente a isso, ele escreveu com abundância e qualidade, por toda a sua curta vida. Entre 1818 e 1819, concentrou-se em dois poemas importantes: Hyperion (inacabado), em versos brancos, sob a influência de John Milton, e La Belle Dame Sans Merci.
Dedicava todo tempo livre à leitura. Seus primeiros versos não mostravam o grande poeta que se tornaria mas, mesmo contra o conselho de amigos, publicou seus Poemas em 1817.
Abandonou a carreira médica para dedicar-se à literatura e começou a escrever o longo poema Endymion em 1818, que foi violentamente criticado. Tais críticas, no entanto, apenas estimularam o poeta a aprimorar seu talento.
No ano em que se publica Endymion, Keats encontrou Fanny Brawne, a grande paixão de sua vida — veja abaixo sinopse do filme Brilho da Paixão, sobre esse romance na vida de Keats, e mais: trailer do filme; vídeo com a trilha sonora; elenco e dados técnicos.
Teve que separar-se dela em 1820, devido à tuberculose que ele havia contraído. Foi para a Itália, onde morreu poucos meses depois. Sobre seu túmulo, no Cemitério Protestante de Roma, foi esculpida a inscrição que ele mesmo redigira: Here lies one whose name was writ in water (Aqui descansa um homem cujo nome está escrito sobre a água). Em sua memória, Shelley escreveu o célebre poema Adonais.
Lápide do túmulo de Keats – Roma – Itália
Epitáfio: Aqui descansa um homem cujo nome está escrito sobre a água

“Adonaïs é uma elegia escrita por Percy Bysshe Shelley para John Keats em 1821, catalogada amplamente como uma das melhores obras de Shelley. O poema, de 495 linhas em 55 estrofes, foi composto na primavera de 1821 imediatamente após o 11 de abril, quando Shelley se inteirou da morte de Keats, acontecida aproximadamente três meses antes.
É uma elegia pastoral, seguindo a tradição inglesa da obra de John Milton Lycidas. Shelley tinha estudado e traduzido elegias clássicas. O título do poema é provavelmente uma mistura do grego “Adonis” e do hebreu “Adonai” (o qual significa “Senhor”). A maior parte dos críticos sugerem que Shelley utilizou a décima égloga de Virgilio, em louvor de Cornelius Gallus, como modelo.”
Fonte: wikilingue.com
Poucos poetas escreveram obras tão importantes em tão pouco tempo como Keats. Em 1820 foram publicados Lamia, Isabelle, A vigília de Saint Agnes, Hyperion e cinco Odes. Os erros e imperfeições de seus poemas iniciais haviam desaparecido totalmente. Apesar de Keats nunca ter publicado nada em prosa, suas cartas ao irmão demonstram uma penetração crítica e filosófica verdadeiramente notáveis.
Keats, o último e maior dos poetas românticos ingleses, exerceria uma profunda influência sobre Tennyson, Robert Browning, pré-rafaelitas e outros.


NOEMI JAFFE - Colaboração para a Folha de São Paulo

“”A beleza é a verdade, a verdade a beleza” -é tudo/ O que sabeis na terra, e tudo o que deveis saber.” Talvez na voz de outro poeta, estes versos tão assertivos e solenes soassem como presunção.
Não na voz de Keats (1795-1821), entretanto, para quem este era o fundamento da vida (que durou apenas 24 anos) e que conseguiu atingir esta coincidência -entre Verdade e Beleza- em sua poesia.
Na aurora do romantismo inglês, “Verdade” e “Beleza”, em maiúsculas e no singular, ainda faziam sentido.
O vínculo idealista entre a ética (aqui representada pela “Verdade”) e a estética (a “Beleza”) tinha significação fundamental tanto para a filosofia como para a poesia.
Hoje estas mesmas palavras são, ao contrário, utilizadas somente em minúsculas e no plural. Temos verdades e belezas.
No livro “Ode sobre a Melancolia e Outros Poemas”, da editora Hedra, Péricles Eugênio da Silva Ramos faz um estabelecimento de texto cuidadoso, em que percorre alguns dos caminhos que levaram o poeta a este lugar desconhecido, onde está reunido “tudo o que devemos saber na terra”.
O crítico e tradutor (e também poeta da geração de 45), mostra, no prefácio, como o próprio Keats escreveu sobre a equivalência entre “Verdade” e “Beleza”, defendendo ainda outros valores de grandezas semelhantes, como a intensidade, a capacidade de manter-se em permanente estado de incerteza e o esvaziamento da personalidade.

ALTERIDADE
Este último, para Keats, é um traço essencial para que, num poema, ressoe o Belo intacto, não corrompido pelos caprichos do Eu. “O poeta é o mais impoético de tudo o que existe, porque não tem identidade; continuamente adentra e enche outro corpo.” Tudo isso muito antes de surgir, por exemplo, um poeta como Fernando Pessoa, que fez dessa alteridade, ou da heteronomia, uma prática de vida e da poesia.
A “Ode sobre uma Urna Grega”, a “Ode a um Rouxinol” e a “Ode sobre a Melancolia” são apenas três dentre vários outros poemas em que se leem a melancolia aliada à alegria, o passado ao presente, a morte à vida, e todas no limite mais belo da linguagem poética.
Mas, embora tanto o prefácio como as traduções desta reedição (originalmente publicada pela Art Editora, em 1985) tenham caráter referencial para os estudiosos e interessados na poesia de Keats, há traduções melhores para vários de seus poemas, como, por exemplo, as de Augusto de Campos para o “Endimião” ou para a “Ode sobre uma Urna Grega” (Unicamp, 2009).
Enquanto Silva Ramos elimina as rimas e o metro fixo, mantendo somente o andamento, Augusto de Campos escolhe um metro e mantém as rimas, além de alcançar efeito poético equivalente ao do idioma inglês, em língua portuguesa.
Como traço de fidelidade ao original, a tradução de Silva Ramos tem muitos méritos. Mas a tradução poética, já se sabe, não é somente uma questão de fidelidade ao conteúdo.

Soneto

Quando fico a pensar poder deixar de ser
antes que a minha pena haja tudo traçado,
antes que em algum livro ainda possa colher
dos grãos que semeei o fruto sazonado;
quando vejo na noite os astros a brilhar
- vasto e obscuro Universo, impenetrável mundo! -
quando penso que nunca hei de poder traçar
sua imagem com arte e em sentido profundo;
quando sinto a fugaz beleza de alguma hora
que não verei jamais – como doce miragem –
turva-se a minha mente, e a alma em silêncio chora
um impulsivo amor. E a sós, me sinto à margem
do imenso mundo, e anseio imergir a alma em nada
até que a glória e o amor me dêem a hora sonhada!

Ode sobre uma urna grega
Tradução: Augusto de Campos

I
Inviolada noiva de quietude e paz,
Filha do tempo lento e da muda harmonia,
Silvestre historiadora que em silêncio dás
Uma lição floral mais doce que a poesia:
Que lenda flor-franjada envolve tua imagem
De homens ou divindades, para sempre errantes.
Na Arcádia a percorrer o vale extenso e ermo?
Que deuses ou mortais? Que virgens vacilantes?
Que louca fuga? Que perseguição sem termo?
Que flautas ou tambores? Que êxtase selvagem?
II
A música seduz. Mas ainda é mais cara
Se não se ouve. Dai-nos, flautas, vosso tom;
Não para o ouvido. Dai-nos a canção mais rara,
O supremo saber da música sem som:
Jovem cantor, não há como parar a dança,
A flor não murcha, a árvore não se desnuda;
Amante afoito, se o teu beijo não alcança
A amada meta, não sou eu quem te lamente:
Se não chegas ao fim, ela também não muda,
É sempre jovem e a amarás eternamente.
III
Ah! folhagem feliz que nunca perde a cor
Das folhas e não teme a fuga da estação;
Ah! feliz melodista, pródigo cantor
Capaz de renovar para sempre a canção;
Ah! amor feliz! Mais que feliz! Feliz amante!
Para sempre a querer fruir, em pleno hausto,
Para sempre a estuar de vida palpitante,
Acima da paixão humana e sua lida
Que deixa o coração desconsolado e exausto,
A fronte incendiada e língua ressequida.
IV
Quem são esses chegando para o sacrifício?
Para que verde altar o sacerdote impele
A rês a caminhar para o solene ofício,
De grinalda vestida a cetinosa pele?
Que aldeia à beira-mar ou junto da nascente
Ou no alto da colina foi despovoar
Nesta manhã de sol a piedosa gente?
Ah, pobre aldeia, só silêncio agora existe
Em tuas ruas, e ninguém virá contar
Por que razão estás abandonada e triste.
V
Ática forma! Altivo porte! em tua trama
Homens de mármore e mulheres emolduras
Como galhos de floresta e palmilhada grama:
Tu, forma silenciosa, a mente nos torturas
Tal como a eternidade: Fria Pastoral!
Quando a idade apagar toda a atual grandeza,
Tu ficarás, em meio às dores dos demais,
Amiga, a redizer o dístico imortal:
“A beleza é a verdade, a verdade a beleza”
- É tudo o que há para saber, e nada mais.

Ó Solidão! Se contigo deverei habitar

Ó Solidão! Se contigo deverei habitar,
Não deixes que seja entre uma grande confusão
De construções escuras[obscuras]; sobe comigo a colina[o declive] -
Observatório natural – donde o vale[a ravina]
Com seus declives floridos, e seu rio serpenteante e cristalino
Parecem um só; deixe-me velar-te
Entre ramos ornados, onde o abrupto salto do veado
Espanta a abelha selvagem da campânula de uma dedaleira
Todavia, embora recordarei alegremente convosco essas cenas,
Ainda que a doce conversa de uma mente inocente,
Cujas palavras são imagens de pensamentos elegantes[refinados],
Em minha alma é prazer; e certamente será
Quase a maior bem-aventurança da humanidade,
Quando de tua paragem duas almas gêmeas[dois espíritos afins] partirem[fugirem]

Ode à Melancolia
I
Não, não, não irás ao Lete, nem misturarás
um acônito, bem enraizado, como poderoso vinho de Proserpina
Não farás teu rosário de bolotas,
nem deixarás o besouro, nem a esfinge da morte ser
Sua pesarosa psique, nem a felpuda coruja
Uma parceira nos mistérios de seus infortúnios
Pois sombra à sombra tornar-se-á demasiado indolente
E afogará a grande angústia da alma
II
Mas quando a melancolia cair
Súbita como uma nuvem em pranto no céu
Que cabisbaixas flores vem nutrir
E esconder a verde colina em abrilino véu;
Sacia-te então em uma rosa matinal,
Ou em uma arco-íris da duna salina
Ou na riqueza das abauladas peônias;
Ou se tua amante temível fúria mostrar
Envolva-lhe as macias mãos e deixe-a enfurecer-se
E olhes bem fundo , bem fundo em seus olhos exóticos[incomuns, incomparáveis]
III
Ela habita em Beleza – Beleza que deve morrer;
E júbilo, cujas mãos traz sempre sobre os lábios
Dando adeus e um tormentoso prazer terminal,
Transformando em veneno, enquanto a abelha sorve;
Sim, no mesmo templo do deleite
A velada melancolia tem seu soberano santuário,
Embora visto que ninguém a salvou, cuja língua vigorosa
Pode explodir as uvas da Alegria contra seu pálato;
Sua alma deverá provar da tristeza de seu poder
E entre seus obnubilados troféus se erguer.

Pode a morte ser um sono quando a vida é só um sonho
I
Pode a morte ser um sono, quando a vida é apenas um sonho,
E cenas de bem-aventurança passam como um fantasma?
Os prazeres transientes parecem como visão,
E ainda pensamos que a maior dor é morrer
II
Como parece estranho que o homem deva vagar sobre a Terra
E ter uma vida de infortúnios, mas não abandonar
Seu áspero caminho; nem ousar ver sozinho
Sua futura perdição que é despertar

A Chatterton

Ó, Chatterton! Que triste teu destino!
Querida criança da aflição – filho da tristeza!
Quão cedi o filtro da morte obnubilou aquele olho
Donde o Gênio selvagemente escapou e em grande agitação
Quão cedo tal voz, majestosa e altiva,
Dissolvida em agonia! Ó, quão cedo!
Esteve a noite de tua esplêndida manhã.
Tu partiste.
Uma flor semidesabrochada que a fria lufada intimida
Mas isso é passado: tu estás entre as estrelas
Do mais alto Céu: às rolantes esferas
Tu docemente cantas: inútil tua ferida himnal
Sobre o ingrato mundo e medos humanos
Na Terra os bons fundam pilares de infâmia
Do teu belo nome, e dilui-o em lágrimas.

A Bela Dama Sem Piedade

Oh! O que pode estar perturbando você, Cavaleiro em armas,
John KeatsSozinho, pálido e vagarosamente passando?
As sebes tem secado às margens do lago,
John KeatsE nenhum pássaro canta.
Oh! O que pode estar perturbando você, Cavaleiro em armas?
Sua face mostra sofrimento e dor.
A toca do esquilo está farta,
E a colheita está feita.
Eu vejo uma flor em sua fronte,
Úmida de angústia e de febril orvalho,
E em sua face uma rosa sem brilho e frescor
Rapidamente desvanescendo também.
Eu encontrei uma dama nos campos,
Tão linda… uma jovem fada,
Seu cabelo era longo e seus passos tão leves,
E selvagens eram seus olhos.
Eu fiz uma guirlanda para sua cabeça,
E braceletes também, e perfumes em volta;
Ela olhou para mim como se amasse,
E suspirou docemente.
Eu a coloquei sobre meu cavalo e segui,
E nada mais vi durante todo o dia,
Pelos caminhos ela me abraçou, e cantava
Uma canção de fadas.
Ela encontrou para mim raízes de doce alívio,
mel selvagem e orvalho da manhã,
E em uma estranha linguagem ela disse…
“Verdadeiramente eu te amo.”
Ela me levou para sua caverna de fada,
E lá ela chorou e soluçou dolorosamente,
E lá eu fechei seus selvagens olhos
Com quatro beijos.
Ela ela cantou docemente para que eu dormisse
E lá eu sonhei…Ah! tão sofridamente!
O último dos sonhos que eu sempre sonhei
Nesta fria borda da colina.
Eu vi pálidos reis e também príncipes,
Pálidos guerreiros, de uma mortal palidez todos eles eram;
Eles gritaram…”A Bela Dama sem Piedade
Tem você escravizado!”
Eu vi seus lábios famintos e sombrios,
Abertos em horríveis avisos,
E eu acordei e me encontrei aqui,
Nesta fria borda da colina.
E este é o motivo pelo qual permaneço aqui
Sozinho e vagarosamente passando,
Descuidadamente através das sebes às margens do lago,
E nenhum pássaro canta.
Tradução: Izabella Drumond


Filme Brilho de uma PaixãoPor: Ailton Monteiro/Site ScoreTrack.Net

Interessante a trajetória de Jane Campion. Quando o tom de seus filmes parecia se voltar para algo mais visceral e moderno, como em FOGO SAGRADO! (1999) e EM CARNE VIVA (2003), ela dá um passo atrás e volta com o andamento lento de RETRATO DE UMA MULHER (1996) e O PIANO (1993). Talvez para filmes de época ela prefira assim. E não vejo nenhum problema com isso, a não ser o fato de ela não conseguir expressar de maneira pungente a dor de suas personagens. Fica na retina uma beleza plástica, uma sutileza que lembra até alguns trabalhos de Luchino Visconti – ainda que seja até exagero ficar comparando Campion com Visconti. Independente de comparações, BRILHO DE UMA PAIXÃO (2009), o mais novo filme da diretora neozelandeza, retrata o amor de uma jovem mulher por John Keats, considerado o último e maior dos poetas românticos ingleses que, como tantos de seus contemporâneos, morreu jovem, devido à tuberculose.
Porém, diferente do que dá a entender quando se estuda o romantismo nos livros, em especial, o ultra-romantismo, John Keats não escrevia sobre o amor impossível porque achava belo, mas porque realmente vivenciava uma paixão complicada. Nas biografias de Keats encontradas nos livros conta-se de sua paixão por uma jovem chamada Fanny Brawne, no filme vivida pela bela Abbie Cornish, que tem aqui o melhor desempenho de sua carreira e que lhe valeu uma indicação ao Oscar. Keats (Ben Wishaw) não tinha dinheiro para casar com Fanny e, para piorar a situação, contrai tuberculose, tendo que se mudar para a Itália, onde passa os seus últimos dias. O que é interessante nos ingleses é a forma como eles conservam aquele ar de nobreza, mesmo estando sem um centavo. Pobres, mas com glamour. Por isso BRILHO DE UMA PAIXÃO lembra as adaptações para o cinema de obras de Jane Austen, a autora do período vitoriano que enfatizava os problemas financeiros de modo quase tão importante quanto as paixões.
BRILHO DE UMA PAIXÃO não traz planos longos, o que de certa forma dá mais agilidade à narrativa. Mas a impressão que fica é de houve muitos cortes, de que poderia ser um filme um pouco mais contemplativo. É como se estivesse faltando mais momentos do casal juntos ou até separados. Nem os poucos beijos que vemos entre os dois parecem carregados de paixão. Principalmente da parte de Keats. Já Abbie Cornish, principalmente nos momentos da ausência do amado, dá um show de interpretação de sua dor, embora tudo seja muito contido, exceto pelas sequências finais. Trata-se de um filme que talvez ganhe com uma revisão, gostando-se dele pelo que é e não pelo que poderia ter sido.

 
Sinopse
Em 1819, o poeta John Keats inicia um romance com Fanny Brawne. O relacionamento dura apenas três anos, sendo subitamente interrompido pela morte prematura de Keats, aos 25 anos. Uma história de amor real, narrada sob o ponto de vista da jovem Fanny.
Elenco
Ben Whishaw (John Keats)
Abbie Cornish (Frances \’Fanny\’ Brawne)
Kerry Fox (Mrs. Brawne)
Paul Schneider (Charles Armitage Brown)
Edie Martin (Margaret \’Toots\’ Brawne)
Thomas Sangster (Samuel Brawne)
Gerard Monaco (Charles Dilke)
Antonia Campbell-Hughes (Abigail O\’Donaghue Brown)
Samuel Roukin (John Reynolds)
Amanda Hale (Reynolds\’ Sister I)
Lucinda Raikes (Reynolds\’ Sister II)
Samuel Barnett (Joseph Severn)
Jonathan Aris (Leigh Hunt)
Olly Alexander (Tom Keats)
Dados Técnicos
Título Original: Bright Star
Título Traduzido: Brilho de uma paixão
Gênero: Biografia | Drama | Romance
Duração: 119 Min
Ano de Lançamento: 2009
Idioma: Inglês (Legendado)





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