31 de dezembro de 2011

CORA CORALINA
 
 
Um repórter perguntou à Cora Coralina o que é viver bem.
Ela lhe disse:
"Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice. E digo pra você, não pense.
Nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo. Eu não digo que estou velha, e não digo que estou ouvindo pouco.
É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.

Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. O melhor roteiro é ler e praticar o que lê. O bom é produzir sempre e não dormir de dia.
Também não diga pra você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.
Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima. Eu não digo nunca que estou cansada.

Nada de palavra negativa. Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica.
Você vai se convencendo daquilo e convence os outros. Então silêncio!
Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha, não. Você acha que eu sou?

Posso dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser. Filha dessa abençoada terra de Goiás.
Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos.
Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.

Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.

O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança.

Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.

Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir".

(Cora Coralina)

25 de dezembro de 2011

O meu presépio

                                                       - Maria Soave -

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Pedidos: vendas@cebi.org.br  

Quando eu era criança, gostava demais de viver este tempo que antecede o Natal. Os dias ficavam mais curtos no tempo do Advento. O sol se anunciava raramente e pálido, e as tardes chegavam abraçadas a um manto de neblina.

O tempo de Advento na Itália vem acompanhado de cheiros únicos, inesquecíveis. São os cheiros das tangerinas e das castanhas que são assadas e vendidas pelas calçadas.

Quando eu era criança, adorava o tempo de Advento. Tempo mágico e especial que antecede o Natal.
No dia do padroeiro da cidade de Milão, 07 de dezembro, em casa, nós crianças preparávamos o presépio com o pai e a mãe.

A minha família é do sul da Itália. Nós não temos a tradição da árvore de Natal, que é uma tradição dos povos do norte da Europa. Nós temos a tradição do presépio. O nosso presépio, ainda hoje, conta lindas histórias. Antes de tudo, é um presépio bem antigo. Quem fez algumas estatuetas e mandou fazer outras foi o meu "tata", o meu avô Salvatore, que hoje teria mais de 100 anos. Ele morreu novo, de febre amarela, voltando da guerra na África em 1940. Todas as estatuetas são de barro, material simples dos pobres da terra do sul da Itália. Terra: elemento fundamental da vida. Cada estatueta tem o rosto dos pobres da terra do sul da Itália.

No nosso presépio tinha os pescadores do nosso mar. No presépio tinha o forno e o poço do pequeno lugarejo onde eu e a mãe nascemos. No presépio havia o castelo com as quatro torres que os árabes construíram no litoral do nosso mar. Lá colocávamos as mulheres agricultoras com os trajes típicos de nossas regiões, os corpos morenos, da cor das oliveiras, queimados pelo sol e com um cantil de água na cabeça.

Muitas eram as crianças em nosso presépio. Havia também o padeiro, o sapateiro, "Mestre Nino e Mestre Orlando", os vizinhos da casa da avó. Na praça do presépio, perto da fonte, com o pai e a mãe nós crianças preparávamos a feira. Havia as bancas das verduras e dos peixes, as bancas com muitos tipos de queijos pendurados e as bancas das carnes.

Numa das casas do presépio, numa casa simples com a porta aberta para a rua, bem igual à casa de nossa avó, nós crianças arrumávamos Maria, José, as cabras, as ovelhas, um burrico e o Menino Jesus.

O pai e a mãe tinham uma história para cada pessoa do presépio. Eu gostava muito de "Mechu Orlando", o mestre padeiro, que fazia grandes pães com azeitonas pretas e sempre os levava para Maria e José envoltos em panos brancos, ainda quentes.

Quando colocava "Mechu Orlando" no presépio, me lembrava do forno de perto da casa da avó, de pão feito em casa, e o sabor das azeitonas pretas e do pão voltava à minha boca.

A cada noite nós, três filhos, nos reuníamos com o pai e a mãe para ouvir e contar histórias do presépio.

Cada um, cada uma de nós cuidava, durante o dia, de algumas personagens do presépio e, à noite, contava como aquela personagem tinha passado o dia. Minha mãe falava de Maria, dos trabalhos domésticos e da luta pela sobrevivência do dia-a-dia.

Meu pai, que antes de ser operário nas fábricas do norte da Itália foi marceneiro restaurador de móveis antigos, era José, falava do desemprego, da migração e das mãos calejadas.

Mauro, meu irmão, cuidava da feira e gritava tentando vender os produtos. Antonella, minha irmã, era muito pequena e representava o Menino Jesus.

A avó contava histórias do tempo em que faltava o pão e as pessoas pobres sem terra, como nossa família, comiam no mesmo prato uma comida ainda hoje para nós sagrada: a "frisella". Tratava-se de um pão duríssimo, molhado na água cristalina do mar, com tomate, azeite de oliva e azeitonas pretas. Era a comida cotidiana dos pobres sem terra. Ainda hoje é o prato que, com alegria, eu chamo de comida.

E assim, fazendo memória das nossas tradições, misturando a nossa vida com a história sagrada, construindo um presépio com o nosso rosto, tendo Maria, José, Jesus e as cabras como vizinhos de casa e de comida, nós crianças esperávamos o Natal.

No presépio eu gostava demais de cuidar dos três magos. Na parte externa eu preparava um caminho de areia e lá colocava os camelos e três viajantes. A cada dia eu mudava os magos de posição, aproximando-os cada vez mais da aldeia. Todas as noites contava histórias sobre os três. Eram de raças diferentes. Um era negro, brilhando como uma noite estrelada sem luar. Trazia no seu camelo contos e cheiros de terras diferentes, como nós, gente do mar, somos acostumados a ver dos pescadores da África, da Grécia, da Albânia que desembarcam nas praias do sul da Itália. São gente irmã, com crenças diferentes e a mesma sede de infinito no olhar

Outro vinha da terra onde nasce o sol. Sabia muitas coisas sobre a lua e as estrelas e era gente de paz.

E o último provavelmente era uma menina, e com ela eu gostava de viajar atrás de estrelas, do sonho de um mundo de irmãos, sem exclusões, um mundo onde Deus se fazia criança e morava no meio da humanidade.

Hoje o meu presépio é o espaço grande do coração. É um presépio feito de muitos caminhos percorridos e de horizontes amplos. Muitas pessoas moram na praça da pequena cidade, muitos rostos, corpos, raças, sonhos...

Continuo, como quando menina, viajando atrás de estrelas, acariciando pessoas e sonhos, construindo, no amor cotidiano, um mundo terno, sem exclusões. Um mundo de Deus-criança...

Conheça outras obras de Maria Soave aqui.     

      

6 de dezembro de 2011



Rodeio de Ego

Não se deixe enganar por essa letrinha com corpinho 1, em
itálico, mostrando meu nome bem pequenininho. É disfarce.
No fundo, meu ego megalomaníaco gostaria que o nome
estivesse em letras garrafais, brilhantes, luminosas, em
Times Square, Nova York, como aliás, fazem alguns
apresentadores de tv nas aberturas de seus próprios
programas, em geral, com seus nomes também no título.
Se não o faço é mais por medo que por humildade, mais
por escrúpulo do que por ética. Eu tenho um ego do
tamanho de um bonde, descendo uma ladeira em
São Francisco, sem freio e cheio de passageiros.
Acredite, é mais fácil montar um touro bravo num
rodeio durante oito segundos do que segurar meu
ego selvagem no momento em que alguém abre
a porteira desavisadamente.
A porteira, aliás, acabou de ser aberta. Estou aqui,
me segurando, me roendo, sangrando, navegando
pela web pra me distrair e não liberar o demônio da
Tazmania por uma bobagem.
O pior é que a alegria da platéia é ver o circo pegar
fogo e o palhaço se f..der. A simples menção de que
estou em ponto de bala para deixar meu ego explodir
faz com que a galera grite 'pula! pula!', 'solta, solta'
e 'conta!conta!".
Sim, porque, assim como a indústria alimentícia e o
marketing não colaboram pra que a gente emagreça,
o povo não ajuda ninguém a ser generoso e humilde.
Queremos sangue. Gostamos de sangue. A cor, o cheiro,
o salgado do sangue nos atrai. Por isso todo mundo
diminui a velocidade pra ver um acidente causando
outros acidentes e muito congestionamento.
O ser humano é carnívoro. Competimos por espaço
há milênios. E agora, competimos também na web.

Competimos, é plural de majestade. Eu compito.
Mesmo que não exista a primeira pessoa do
singular do verbo competir. Dane-se. Eu sei
o que meu ego indomável quer:
re-co-nhe-ci-men-to.
O ego quer ser admirado Quer adjetivos elogiosos e
exclamações de grata surpresa. Quer muitos
clap clap clap, quer ohhhhhhhhh! cheios
de agás, quer beijinhos, cutchie cutchie,
e muito bem.
Aperto na bochecha nenê não quer, nenê
não gosta.
Ego é bebê. É criança, fedelho, pentelho.
Ego é chato, voraz, desagradável.
Inadequado. Mas está lá. Sempre pronto
para clamar por justiça.
Mania de ego inflado é se sentir injustiçado.
Passatempo de ego grande é esmagar
em nome da lei. É clamar pelo correto
quando o razoável resolveria. 
Ego não samba, não tem jogo de cintura.
Ego não dorme, morre de insônia.
Ego não goza, finge prazer com gemidinhos.
Quem tem ego tem problema, ema ema ema.
Por isso peço ajuda, encarecidamente, a
todos os que convivem com este monstro
na coleira que arrasto pela mão, meu ego
alemão, com mossarela italiana, convertido
ao judaísmo, trancafiado num corpo pícnico,
agarrado a um cérebro atento, medroso e
inseguro como uma criança que segura um ursinho.
Minha cabeça, é tudo o que meu ego tem pra brincar.
E por isso, de vez em quando, meu ego pega
meu cérebro e chuta como bola no quintal do
coração e marca um gol de mão,
que deveria ser anulado.
Meu ego e meu cérebro, aliás, vivem em constante
disputa e quem perde a partida, sou eu.
Meu cérebro sobe na balança, o ego mente o peso.
Meu cérebro escreve um post, o ego mede as visitas.
Meu cérebro abre a porta, o ego passa primeiro.
No carro, o cérebro dá a partida, o ego acelera.
No vermelho, o cérebro freia, o ego xinga.

O cérebro quer se encontrar, o ego,se acha.
O cérebro quer um amor, o ego, se masturba.
O cérebro busca a performance, o ego quer a medalha.
O cérebro quer terminar este texto, o ego sopra
palavras.

Não é por mal, é só doença. Doença da
ilusão, de todo ser humano, de querer ser
eternamente amado.
Ser continuamente reconhecido.
Infinitamente aplaudido. Em pé.
E, claro, com transmissão simultanea
para todo o planeta.

Ao vivo.
Um beijo, um browse, um aperto de mouse da Rosana Hermann às 18h01

Rosana Hermann
Nascimento26 de julho de 1957 (54 anos)São Paulo, São Paulo
NacionalidadeBrasil brasileira
CônjugeIsaac Efraim (1992 - atualmente)
Ocupaçãoescritora, roteirista,professora
Rosana Hermann (São Paulo, 26 de julho de 1957) é uma escritora, roteirista e apresentadora brasileira. O último programa que apresentou foi o Atualíssima, ao lado de Leão Lobo, na Bandeirantes; também é colunista de vários blogs, entre eles o seu pessoal, o Querido Leitor.
Desde 2000, Rosana mantém um blog de relativo sucesso, muito famoso por suas constantes atualizações, onde versa sobre sua vida pessoal e seus interesses. Tem como característica a atualização diária da página com temas variados. Em 2008 recebeu o prêmio BOBs Awards concedido pela Deutsche Welle como o melhor Blog de Língua Portuguesa.
É Bacharel em física e mestre em física nuclear pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo e tem curso básico de comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Iniciou sua carreira na televisão como redatora na produtora RMC-Editevê, onde foi contratada para produzir um programa para a Rede Bandeirantes de televisão. Trabalha profissionalmente em TV desde 1983, e na Internet, desde 1995.
Entre os anos de 1996 e 1997 Rosana pertenceu à equipe paulista de redatores do Sai de Baixo, junto com Flávio de Souza, Elias Andreato e Laerte Coutinho.
Após sair da Bandeirantes, Rosana passou a trabalhar na Rede Record, onde foi apresentadora do Fala Brasil durante três anos. Foi diretora artística da Rede Mulher de Televisão.
Ao longo de sua carreira, trabalhou no SBT, na rádio Jovem Pan, na Rede Manchete e na Rede Globo, como roteirista. (Domingão do Faustão, Sai de Baixo, etc.)
É co-autora do livro Tudo que a Grande Mente Capta e foi colunista da Revista dos Curiosos e do Jornal da Tarde. Na Internet foi colunista de diversos websites, e criou tantos outros. Entre eles, o blog Querido Leitor.
Em 2005 foi sócia de uma empresa de marketing e mídia chamada Synapsys, onde atuou nas funções de repórter, roteirista e editora de programas.
Em 2008 foi para a Rede Bandeirantes saindo da função de redatora do programa Pânico na TV. Na Band comandou o Atualíssima ao lado de Leão Lobo até que, no final de 2008, o programa foi cancelado; mesmo assim Rosana permaneceria como contratada da Band até 2010. Apresentou o quadro "Ombusmann" no programa "A Noite é uma Criança" comandado por Otávio Mesquita.
Em 2008 , a imprensa paulista publicou que Rosana Hermann teria sido cogitada para fazer parte do programa humorístico CQC.
Em setembro de 2009, assumiu a diretoria de Criação e Produto do R7, portal de internet da Rede Record.
Em fevereiro de 2010 , Rosana tornou-se professora do curso de Roteiro de TV na Faculdade de Comunicação da Fundação Armando Álvares Penteado. Em Junho de 2010 ganhou um perfil de fãs no twitter com o nome de @fans_rosana , ganhando assim reconhecimento das pessoas que admiram seu trabalho no rádio, na TV e na internet.
Em maio de 2011 Rosana lançou um livro pela editora Panda Books, intitulado Um passarinho me contou – Relatos de uma viciada em twitter. O livro é baseado em histórias vividas por ela desde sua entrada na rede social Twitter em Abril de 2007.
Atualmente participa também como blogueira/comentarista do programa NBlogs e colunista de redes sociais do Jornal da Record News ao lado de Heródoto Barbeiro.

24 de novembro de 2011

 

Poema de Natal
 Vinicius de Moraes


Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

O poema acima foi foi extraído do livro "Antologia Poética", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 147.
Conheça a vida e a obra do autor em "Biografias".

22 de novembro de 2011

Hoje - 22/11 - é DIA DO MUSICO.

Meus cumprimentos aos colegas e amigos que se dedicam a mágica arte da Musica, e que continuem a nos brindar com esse Dom tão sublime e essencial dado por Deus.

Agora, um pouco da historia desse dia p/ voces...
 
Sta Cecília é tida como Padroeira dos musicos

No início, a música era apenas rítmo marcado por primitivos com instrumentos de percussão, pois como os povos da antiguidade ignoravam os princípios da harmonia, só com o tempo foram acrescentando a ela fragmentos melódicos. Na pré-história o homem descobriu os sons do ambiente que o cercava e aprendeu suas diferentes sonoridades: o rumor das ondas quebrando na praia, o ruído da tempestade se aproximando, a melodia do canto animais, e também se encantou com o seu próprio canto, percebendo assim o instrumento musical que é a voz. Mas a música pré-histórica não é considerada como arte, e sim uma expansão impulsiva e instintiva do movimento sonoro, apenas um veículo expressivo de comunicação, sempre ligada às palavras, aos ritos e à dança. Os primeiros dados documentados sobre composições musicais referem-se a dois hinos gregos dedicados ao deus Apolo, gravados trezentos anos antes de Cristo nas paredes da Casa do Tesouro de Delfos, além de alguns trechos musicais também gregos, gravados em mármore, e mais outros tantos egípcios, anotados em papiros. Nessa época, a música dos gregos baseava-se em leis da acústica e já possuía um sistema de notações e regras de estética.

Por outro lado, a história de Santa Cecília, narrada no Breviarium Romanum, a apresenta como uma jovem de família nobre que viveu em Roma no século III, nos princípios do cristianismo, decidida a viver como monja desde a infância. Mas apesar dos pais a terem dado em casamento a um homem chamado Valeriano, a jovem convenceu o noivo a respeitar-lhe os votos e acabou convertendo-o à sua fé, passando os dois a participar diariamente da missa celebrada nas catacumbas da via Ápia. Em seguida, Valeriano fez o mesmo com o irmão Tibúrcio, e com Máximo, seu colega íntimo, e por isso os três foram martirizados pouco tempo depois, enquanto Cecília, prevendo o que lhe aconteceria, distribuiu aos pobres tudo o que possuía. Presa e condenada a morrer queimada, ela foi exposta ao fogo durante um dia e uma noite, mas como depois disso ainda se encontrava sem ferimentos, um carrasco recebeu ordem para decapitá-la. Mas, seu primeiro golpe também falhou. Isso aconteceu durante o ano 230, no reinado de Alexandre Severo, época em que Urbano I ocupava o papado. Anos depois uma igreja foi erigida pelo papa no local em que a jovem mártir residira, tornando-se a Igreja de Santa Cecília uma das mais notáveis de Roma.

Muito embora o Breviarium Romanum não faça menção alguma às prendas musicais de Cecília, ela se tornou, por tradição, a padroeira dos músicos, da música e do canto, cuja data de comemoração é 22 de novembro, o mesmo dia dedicado à santa. A tradição conta que Santa Cecília cantava com tal doçura, que um anjo desceu do céu para ouvi-la..
 

20 de novembro de 2011


 Arthur da Távola
*3 de Janeiro de 1936
+ 9 de Maio de 2008

(Para conhecer mais sobre esse escritor, clique em

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ATO DE CONTRIÇÃO

Ah, como somos comedidos!
Acomodamo-nos, vãos,
nos limites do concebido.

Somos bem educados, cultos,
e ruge tanta fome
nos apetites fora do concedido.

Ah, como somos sob medida!
sub metidos, hirtos, bem vestidos,
robôs impecáveis, ilusão de vida.

Ah, somos como os subvertidos,
introvertida soma de extrovertidos
por pompa, tinta, arroto ou brilhantina.

Filhos do instante, do entanto e do porém,
somos através, como os vidros,
mas opacos e pervertidos, sempre aquém.

Traçamos sinas e abstrações,
terçamos ódio finos, dissuadidos,
lãs de olvido e alucinações.

Sovamos os sidos, os vividos,
somos eiva, disfarce, diluição.
Somos somas a subtrações.

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TODO CASAL DEVERIA LER

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O Amor Maduro 

O amor maduro não é menor em intensidade.
Ele é apenas silencioso. Não é menor em extensão.
É mais definido colorido e poetizado.
Não carece de demonstrações: Presenteia com a verdade do sentimento.
Não precisa de presenças exigidas:
amplia-se com as usências significantes.
O amor maduro tem e quer problemas, sim, como tudo.
Mas vive dos problemas da felicidade.
Problemas da felicidade são formas
trabalhosas de construir o bem, o prazer.
Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro.
Na felicidade está o encontro de peles, o ficar com o gosto da boca
e do cheiro  do outro - está a compreensão antecipada, a adivinhação,
o presente de valor interior, a emoção vivida em conjunto,
os discursos silenciosos da percepção, o prazer de conviver,
o equilíbrio de carne  e de espírito.
O amor maduro é a valorização do melhor do outro
e a relação com a parte salva de cada pessoa.
Ele vive do que não morreu, mesmo tendo ficado para depois,
vive do que fermentou criando dimensões novas
para sentimentos antigos, jardins abandonados, cheios de sementes.
Ele não pede, tem.
Não reivindica, consegue.
Não percebe, recebe.
Não exige, oferece.
Não pergunta, adivinha.
Existe, para fazer feliz.
O amor maduro cresce na verdade e se esconde a cada auto-ilusão,
basta-se com o todo do pouco. Não precisa e nem quer nada do muito.
Está relacionado com a vida e por isso mesmo é incompleto,
por isso é pleno em cada ninharia por ele transformada em paraíso.
É feito de compreensão, música e mistério.
É a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança.
É o sol de outono: nítido, mas doce.
 Luminoso, sem ofuscar.
Suave, mas definido.
Discreto, mas certo.
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Quem não tem namorado 

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo.
Namorado é a mais dificil das conquistas.
Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, nem ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida; ou bandoleira, basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.

Quem não tem namorado é quem não tem amor é quem não sabe o gosto de namorar. Há quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes; mesmo assim pode não ter nenhum namorado.

Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.

Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou largatixa e quem ama sem alegria.

Não tem namorado quem faz pacto de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.

Não tem namorado quem não sabe o valor das mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quanda fala junto ou descobre meia rasgada; de ânsia de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, de fazer cesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.

Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira-d’água, show de Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos; quem gosta sem curtir, quem curte sem aprofundar.

Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no final de semana, na madrugada, ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.

Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.

Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar. Enfente-se com com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.

Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboleta, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis epalavras de galanteria.

Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.

*Obs.: Este texto, frequentemente, tem sido atribuído a Carlos Drummond de Andrade. Mas, de fato, é de Artur da Távola. Foi publicado no livro: “Amor a sim mesmo” (sic) – (coletânea de crônicas de Távola), Ed. Círculo do Livro, por cortesia da Ed. Nova Fronteira S.A. copyright – © 1.984 Paulo Alberto M. Monteiro de Barros (nome real de Artur da Távola).

16 de novembro de 2011

Eça de Queiroz


José Maria de Eça de Queirós, nascido aos 25 de novembro de 1945 em Póvoa de Varzim-Portugal e falecido aos 16 de agosto de 1900 em Paris-França. Considerado por muitos como o melhor escritor realista português do século XIX, era filho de Carolina Augusta Pereira d'Eça e José Maria Teixeira de Queirós, magistrado, formado em Direito por Coimbra. Aos dezesseis anos entrou para a Universidade de Coimbra onde, também, estudou direito. Seus primeiros trabalhos publicados, sob o nome de Prosas Bárbaras, foi como um folhetão na revista "Gazeta de Portugal". Suas obras foram traduzidos em aproximadamente 20 línguas e são bastante conhecidas no Brasil. (Fonte: Wikipédia)
 

A história de uma família portuguesa, em finais do século XIX, tornou-se uma das obras mais consagradas a nível mundial. Do punho de Eça de Queirós, numa escrita realista que apontava todos os “podres” dos protagonistas, seguimos os Maias. Nas figuras do patriarca Afonso, do traído Pedro e do diletante Carlos apresentam-se três gerações de uma família de elevado estatuto nas lides lisboetas.O palácio do Ramalhete, o Teatro da Trindade e Sintra são alguns dos palcos da acção. Nestes lugares desfilam personagens-tipo de um tempo “queirosiano”: mulheres fatais, políticos corruptos, jovens utópicos que assumem um papel de mudança no futuro do país, para, no fim, nada terem feito.

O incesto também é um tema-chave do livro. O promissor Carlos, médico, de brilhante início de carreira, respeitado pelos seus pares, envolve-se com uma misteriosa dama casada. Depois de algumas peripécias (saber que Maria Eduarda afinal não era pertença de outro homem) e de, finalmente, poder viver livremente aquele amor tão “puro”, Carlos da Maia vê o seu mundo ruir: ela era a sua irmã, levada de Portugal pela mãe, aquela Maria Monforte das histórias do avô, aquela que conduziu Pedro ao suicídio.

Eça de Queirós levou oito anos a compor esta saga familiar que, para lá das desventuras amorosas do membro mais novo (Carlos) e das tropelias do seu melhor amigo (João da Ega), também revela um Portugal de Fim-de-Século muito contemporâneo. Toda uma sociedade foi alvo do olhar atento, irónico e muito mordaz de Eça. Política, cultura, costumes e rotinas, nada escapou neste grande clássico da literatura.

(Baixar Os Maias - Megaupload )

Obras

O mistério da estrada de Sintra (1870)
O Crime do Padre Amaro (1875)
O primo Basílio (1878)
O mandarim (1880)
A relíquia (1887)
Os Maias (1888)
Uma campanha alegre (1890-91)
Correspondência de Fradique Mendes (1900)
A Ilustre Casa de Ramires (1900)
A cidade e as serras (1901, Póstumo)
Contos (1902, Póstumo)
Prosas bárbaras (1903, Póstumo)
Cartas de Inglaterra (1905, Póstumo)
Ecos de Paris (1905, Póstumo)
Cartas familiares e bilhetes de Paris (1907, Póstumo)
Notas contemporâneas (1909, Póstumo)
Últimas páginas(1912, Póstumo)
A capital (1925, Póstumo)
O conde d'Abranhos (1925, Póstumo)
Alves & Companhia (1925, Póstumo)
Correspondência (1925, Póstumo)
O Egipto (1926, Póstumo)
Cartas inéditas de Fradique Mendes (1929, Póstumo)
Páginas esquecidas (1929, Póstumo)
Eça de Queirós entre os seus - Cartas íntimas (1949, Póstumo)
A tragédia da rua das flores (sem data de referência)
As minas de Salomão (sem data de referência)
Adão e Eva no paraíso (sem data de referência)
Antônio Gonçalves Dias

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* Caxias, MA. – 10 de Agosto de 1823 d.C
+ Guimarães, MA. – 13 de Novembro de 1864 d.C

( para ver sua Biografia é só clicar em http://www.biografia.inf.br/goncalves-dias-poetas.html )

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Cartão postal com poema de Gonçalves Dias


Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o sabiá.

3 de novembro de 2011

FACE




Uma vez, quando eu estava com uns doze anos, entrei devagar no gabinete do meu avô, aquele lugar forrado em couro e livros que tanto me agradava.  
Cumprimentamo-nos e ele percebeu que eu olhava fixo para o seu rosto:
- O que há, meu rapaz? Só agora viu como eu sou bonito?
- Não exatamente, Vô, é que eu estava procurando as maçãs.
- E esta agora! Que maçãs, seu esquisito?
- As maçãs do seu rosto. Hoje eu li essa expressão e não estou vendo maçã em rosto nenhum.
- Ah, está bem, seu gracioso.  Então sente aí que eu vou explicar que “maçãs do rosto” se referem à saliência que os ossos malares fazem aqui ao lado do nariz, embaixo dos olhos, ó.
- E antigamente se achava que isso parecia com uma maçã? Nem tem casca vermelha…
- Bem, os nomes dados a partes de nossa anatomia às vezes eram meio estranhos mesmo. Ah, e antes que eu me esqueça, malar vem do Latim malum, “maçã”. Mas pelo menos pomo-de-adão faz algum sentido.
- Isso o que é?
- Trata-se desta saliência aqui no meio da garganta, que muitos chamam de gogó.  Dizem que se trata de um pedaço do fruto proibido que ficou entalado na garganta de Adão, ainda no Paraíso.
- E é verdade? E “gogó”, de onde vem?
- Parece que não. É apenas a cartilagem laríngea que, nos homens, é maior e mais notável por ação hormonal. 
“Gogó” viria de goela, que veio do Latim gula, “garganta, esôfago”.
- E os nomes de outras partes do rosto, Vô? Nariz, por exemplo?
- Esse vem do Latim nasus, “nariz”. E o olho vem do Latim oculus, “olho”…
- Essa não! Peguei o senhor! Isso só pode ser a origem da palavra “óculo”! Meu avô se enganou, ah,ah!
- Cale-se, seu espertinho. Olhe os seus erros: primeiro, achar que um intelecto superior como o meu pode se enganar. O que eu disse está certo, e “óculos” vieram também de oculus.
E depois, esta palavra é uma das chamadas pluralia tantum, as que só se usam no plural. Dizer “óculo” para esse artefato com duas lentes é erro grosseiro.
- Mas todo o mundo diz “meu óculo”!
- Pois diz errado e o meu neto não vai falar errado por causa disso. E pronto, vamos continuar lidando com palavras como…
- Já sei, aquilo que fica sobre o olho e lhe dá sombra, a sombrancelha.
- Você hoje está decidido a fazer um festival de besteira, não? Essa etimologia popular é totalmente errada. A verdadeira origem é o Latim supercilia, “sobre os cílios”. E cilium queria dizer “o que serve para esconder ou tapar os olhos”, um derivado de celare, “esconder, cobrir”.
E o olho contém a pupila, que vem do Latim pupilla, diminutivo de pupa, “boneca”.  Isso porque a imagem de uma pessoa pode ser vista refletida no centro do olho de outra em ponto muito pequeno.
- Legal esta, Vô. E a boca?
- É do Latim bucca. Mas note que, inicialmente, esta palavra se referia à bochecha, principalmente quando inflada por um esforço.  Daí, aliás, vem “buzina”…
- Agora sim errou, Vô. Vai me dizer que as bigas romanas tinham buzinas, se nem bateria elas usavam!
- Senhor, por que me deste um descendente com as idéias tão confusas? Não dá para devolver? – disse o velho, levantando dramaticamente os olhos para o céu.
Olhe aqui, seu peste, bucina era um nome dado a qualquer instrumento de sopro usado para dar sinal à distância. Podia ser de qualquer  material, inclusive de certas conchas grandes, o que deu origem à nossa palavra búzio.
- Ah, tá. E bochecha, também veio de bucca?
- Veio do Italiano boccia, “bola”, em comparação com o formato arredondado delas quando infladas.
E já que estamos perto, lábio veio do Latim labium. E, afastando-nos um pouco do centro da face, temos as orelhas, do Latim auricula, diminutivo de auris, “orelha” propriamente dita.
queixo vem do…
- Do hábito de se queixar, que a gente faz movendo o queixo para falar, desta vez acertei?
- Mais uma dessas e atiro você pela janela fechada. Você está incontrolável hoje. Não,queixo vem de capseum, “semelhante a uma caixa”, de capsa, “caixa”. E não precisa me dizer que não lembra uma caixa, que eu acho o mesmo.
E “queixa” vem do Latim quassiare, “sacudir, chacoalhar, abanar”.
Subindo, encontramos a testa, que veio do Latim testa, “concha, carapaça, vaso de argila”, pela curvatura.
E subindo mais ainda chegamos aos cabelos, palavra que deriva do Latim capillus, “cabelo”, de caput, “cabeça”.  A qual, no caso do meu neto aqui presente, é oca.
E antes que o dito cujo neto proteste, acrescento que barba é do Latim barba, de mesmo significado.
- E as suíças?
- Parece que estas derivaram da época em que o rei Luís XIII da França contratou mercenários suíços para servir em seu exército. Eles apareceram com vistosos apêndices pilosos na região em frente às orelhas e fizeram sucesso.
E o nome do país vem de Schwyz, o nome de um dos três cantões iniciais da confederação, que provavelmente vem do Germânico suittes, talvez relacionado com suedan, “queimar”, em referência às áreas desmatadas e queimadas para a construção das cidades.
- Quer dizer que essa atividade não é só brasileira, Vô?
- Como se vê, é antiga e destacada a ponto de dar nome a um país.
Para terminar, todas estas palavras pertencem à face, que deriva do Latim facies, “aparência, forma, figura”, provavelmente de facere, “fazer”.
E antes que você incendeie a paciência do seu avô, vá brincar um pouco com o gato, que está esperando por você.