7 de fevereiro de 2013

ANATOLE FRANCE


"Se 5 bilhões de pessoas acreditam em uma coisa estúpida, essa coisa continua sendo estúpida"

"Estar triste é quase sempre pensar em si mesmo"

"Para realizar grandes conquistas, devemos não apenas agir, mas também sonhar; não apenas planejar, mas também acreditar"

"Todas as misérias verdadeiras são interiores e causadas por nós mesmos. Erradamente, julgamos que elas vêm de fora, mas nós é que as formamos dentro de nós, com a nossa própria substância"

"Pois a mulher é a grande educadora do homem: ensina-lhe as virtudes encantadoras, a polidez, a discrição e essa altivez que teme ser importuna. Ela mostra a alguns a arte de agradar, a todos a arte útil de não desagradar".

La Révolte Des Anges

(Reflexão profunda, ironia sutil e boas gargalhadas: eis os ingredientes desta pequena obra-prima de Anatole France.)


Escritor francês premiado pela Academia Francesa, Jacques Anatole François Thibault assinava com o pseudônimo Anatole France. Nasceu em Paris, no dia 16 de abril de 1844. Faleceu na cidade de Saint-Cur-sur-Loire, em 12 de outubro de 1924.
O seu primeiro grande sucesso foi a obra “O Crime de Silvestre Bonnard”, de 1881. Passou a usar o pseudônimo “Anatole France” em homenagem a livraria de seu pai que, em Paris, se chamava “Librarie de France”.

Desde jovem gostava de ler, sua primeira obra de poemas foi publicada em 1873. O escritor trabalhou em vários setores, um de seus principais empregos foi o de bibliotecário do Senado, entre os anos de 1876 a 1890.

Mesmo atuando em outras funções para se sustentar, sempre encontrava tempo para manter a sua produção literária, escreveu em vários estilos literários, sendo mais conhecido por meio de seus romances e contos.

Em 1875, colaborou com o jornal “Le Temps” como crítico literário. Em 1876, permaneceu no jornal com uma coluna semanal. Posteriormente, entre os anos de 1889 e 1892, todos seus artigos foram publicados numa coletânea de quatro volumes.

Sua principal influência literária era o racionalismo humanista. Era um autor que condenava o excesso de dogmatismo e explorações filosóficas. Era cético em nível urbano e hedonista. Em 1895, publicou a obra “O Jardim de Epicuro”.

No ano seguinte, Anatole France tornou-se membro da Academia Francesa. Em 1877, havia se casado com Valérie Guérin de Sauville, mas , por ser amante de Leontine Lippmann, seu casamento terminou em divórcio.

Leontine era o verdadeiro amor de sua vida e apoiadora de seus livros, através dela Anatole France tinha boas relações sociais. A obra “O Livro de Meu Amigo”, romance autobiográfico, foi lançado em 1888. A história desse romance foi continuada nos posteriores livros “Pierre Nozière” , lançado em 1899, “Le Petit Pierre” , em 1918 e “La Vie en Fleur” , em 1922 .

Se aproximou ao naturalismo de Zola. Ainda lançou as obras “Baltasar”, em 1889, e “Thais”, em 1890. Thais era uma cortesã de Alexandria que se converteria ao cristianismo.

Com o passar do tempo, Anatole France se interessou e se aprofundou em temas sociais. Apoiou Émile Zola no caso “Dreyfusi”, e devolveu a sua Legião de Honra, quando retiraram a de Zola.

Ajudou a fundar a Liga dos Direitos do Homem. Filiou-se ao Partido Comunista nos anos de 1920. No ano seguinte, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura pelo conjunto de sua obra.

Em 1922, teve uma de suas obras incluídas no “Index”, ao questionar a sociedade e a igreja. Depois de sua morte, todas as suas obras foram relançadas em 25 volumes, entre 1925 e 1935.



Um poema de Anatole France ( 1844-1924)



La mort d’une libellule
Um jour que voyais ces sveltes demoiselles,
Comme nous les nommons, orgueil des calmes eaux,
Réjouissant l’air pur de l’éclat de leurs ailes,
Se fuir e se chercer par-dessous les roseaux,
Um enfant, l’oeil en feu, vint jusque dans la vase,
Pousser son filet vert, à travers les iris,
Sur une libellule; et le réseau de gaze
Emprisonna le vol de l’insecte surprise.
Le fin corsage vert fut percé d’une épingle;
Mais la frêle blessée, en un farouche effort
Se fit jour, et, prenant ce vol strident qui cingle,
Emporta vers les joncs son épingle e sa mort.
Il n’eût pas convenu que, sur une liève infame,
As beauté s’étalât aux yeux des écoliers:
Elle ouvrit pour mourir ses quatre ailes de flamme
Et son corps se sécha dans les joncs familiers.

A morte de uma libélula
Certa vez, vi essas esbeltas mocinhas,
Como as chamamos, orgulho das águas calmas,
Deliciando-se no ar puro do brilho de suas asas
Evadirem-se e se  procurarem por sobre os caniços.
Uma criança, o olho afogueado, veio até ao vaso,
 E, através dos íris uma rede verde, estender
Sobre uma libélula e a rede de gaze
Impedir do inseto surpreendido o voo.
Foi, por um alfinete espetado, o fino corpinho verde;
Porém, a frágil criatura  ferida,com um enorme esforço,
Alento recobrou e, alçando voo, estridente singrou,
Em direção aos juncos, levando o alfinete e a morte.
Sobre uma cortiça infame, não lhe convinha,
Aos olhos dos escolares, a beleza exibir:
Abriu, então, pra morrer, as quatro asas de chama
E, nos juncos familiares, o corpo secou.
                                                                                       (Tradução de Cunha e Silva Filho)


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