17 de abril de 2014

* Amigos, eu não poderia deixar de prestar aqui o meu tributo a esse grande escritor que "fez história", e deixou-nos tantos tesouros em forma de ensinamentos e escritos, com o belíssimo texto da querida mestra Esther Rosado, da Academia jacarehyense de Letras. 

 (Sandra Hasmann)




GABRIEL GARCIA MARQUEZ
- por Esther Rosado -


Meus amigos-que-amam-literatura,
“MUITOS anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano
Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o
gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à
margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras
polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que
muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava apontar com o dedo.
Todos os anos, pelo mês de março, uma família de ciganos esfarrapados plantava a sua
tenda perto da aldeia e, com um grande alvoroço de apitos e tambores,dava a conhecer
os novos inventos.”

O pequeno trecho que voces acabaram de ler é a abertura do romance Cem anos de solidão, de García Marquez, publicado em 1967: uma lição de como narrar.
Macondo, pequeno vilarejo que abriga  as personagens do romance, é uma bela metonímia de um mundo mágico e comovedor, lugar em que homens, mulheres, velhos e crianças estão à mercê dos acontecimentos da existência, uma cidade  que nos fascina, embora muitas pessoas ainda apreciem as novelas da Globo.
Entre nós, tenho certeza de que todos lemos o velho Gabo e seu encanto , prêmio Nobel da Literatura; Encantou-me especialmente sua novela Ninguém escreve ao coronel , que virou filme, e o romance O amor nos tempos do cólera, com aquele barco à deriva a simbolizar como o mundo às vezes nos nomeia e dilacera e como as nossas pestes pessoais nos afastam dos nossos verdadeiros amores.
Um homem fantástico, um escritor nutrido de lembranças, sons, cheiros, paladares, que escolheu justo esse 17/4 para morrer. Hoje, há  10 anos, morria  também meu pai que era fã de García Marquez e seu leitor fanático.
Então, para quem ainda não o leu , um conselho: está faltando algo na sua formação acadêmica porque ele é e será sempre uma bela e comovente lição de como se faz boa literatura.
Bjs a todos,
Hoje é dia de luto literário universal.

Que a Páscoa tenha o sentido que ela deverá ter em nós...

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