6 de agosto de 2011

SAMUEL BECKETT

SAMUEL BECKETT


As lágrimas do mundo são inalteráveis. Para cada um que começa a chorar, em algum lugar outro pára. O mesmo vale para o riso.

Instante
Que faria eu sem este mundo sem rosto sem questões
Quando o ser só dura um instante onde cada instante
Se deita sobre o vazio dentro do esquecimento de ter sido
Sem esta onda onde por fim
Corpo e sombra juntos se dissipam
Que faria eu sem este silêncio abismo de murmúrios
Arquejando furiosos em direcção ao socorro em direcção ao amor
Sem este céu que se eleva
Sobre o pó dos seus lastros
Que faria eu eu faria como ontem como hoje
Olhando para a minha janela vendo se não serei o único
A errar e a mudar distante de toda a vida
preso num espaço-marioneta
Sem voz entre as vozes
Que se fecham comigo.
Samuel Beckett
(tradução de Tiago Nené)


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 Histórico do conto[

 



            A origem do conto está na transmissão oral dos fatos, no ato de contar histórias, que antecede a escrita e nos remete a tempos remotos.

            O ato de narrar um acontecimento oralmente evoluiu para o registro escrito desta narrativa. E o narrador também evoluiu de um simples contador de histórias para a figura de um narrador preocupado com aspectos criativos e estéticos.

            É no início da Idade Moderna que o conto se consolida como literatura.

            Três livros são considerados os precursores do gênero: As mil e uma noitesCanterbury Tales, de Chaucer, e O Decamerão, de Giovanni Bocaccio. Estes títulos apareceram no Ocidente no século XIV e disseminaram-se pelo mundo nos séculos XVI e XVIII.

            Um momento de grande desenvolvimento do conto foi o século XIX, devido à acentuada expansão da imprensa que permitiu a publicação dos textos.

            Algumas características comuns acabaram por agrupar as várias formas de narrar e isso aproximou o conto de um gênero literário. Este novo gênero foi identificado pela primeira vez nos EUA, por volta de 1880, e designado Short Story.

            Posteriormente, o conto evoluiu de sua forma tradicional, na qual a ação e o conflito passam pelo desenvolvimento até o desfecho, com crise e resolução final, para as formas modernas de narrar, na qual a estrutura se fragmenta e subverte este esquema. Edgar Allan Poe, Guy de Maupassant e Anton Tchekóv, são alguns dos contistas clássicos que mais influenciaram as formas modernas do conto.
       

Definição

            A palavra conto quer dizer:

1.    Narração falada ou escrita de um acontecimento.
2.    Narração de uma história ou historieta imaginadas.
3.    Fábula.

            Os estudiosos da teoria do conto se dividem em duas correntes: A dos que aceitam definições e a dos que não aceitam. Mas mesmo os que as aceitam concordam que definir conto não é tarefa fácil. O escritor e contista Júlio Cortázar afirma que o conto é "um gênero de difícil definição, esquivo nos seus múltiplos e antagônicos aspectos".

            No estudo “Teoria do conto”, Nádia Battella Gotlib, "cola" as impressões de diversos estudiosos do conto e chega à seguinte equação:

            O segredo do conto é promover o seqüestro do leitor, prendendo-o num efeito que lhe permite a visão em conjunto da obra, desde que todos os elementos do conto são incorporados tendo em vista a construção deste efeito (Poe). Neste seqüestro temporário existe uma força de tensão num sistema de relações entre elementos do conto, em que cada detalhe é significativo (Cortázar). O conto centra-se num conflito dramático em que cada gesto, cada olhar são até mesmo teatralmente utilizados pelo narrador (Bowen). Não lhe falta a construção simétrica de um episódio, num espaço determinado (Matthews). Trata-se de um acidente de vida, cercado de um ligeiro antes e depois (Oiticica). De tal forma que esta ação parece ter sido mesmo criada para um conto, adaptando-se a este gênero e não a outro, por seu caráter de contração (Friedman). Este é um lado da questão teórica referente às características específicas do gênero conto.

Leiam tudo sobre a definição de CONTO acessando: http://www.jackbran.pro.br/redacao/teoria_do_conto.htm )

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