9 de janeiro de 2013

ANAÏS NIN


"Passei a maior parte da minha vida enriquecendo uma longa espera pelos grandes acontecimentos. Agora compreendo a estranha inquietação, o trágico senso de fracasso, o profundo descontentamento. Eu estava esperando a hora de expansão, do viver verdadeiro. Todo o resto foi uma preparação para ficar apoiada em meus próprios pés novamente, para não depender de ninguém. Por quê? Medo de ser magoada mais uma vez"...
Anaïs Nin (1903-1977)


Anaïs Nin  nasceu em Neuilly, próxima a Paris em 21 de fevereiro de 1903. A mãe, Rosa Culmell, era filha do cônsul holandês em Havana e o pai, Joaquim J. Nin, com quem manteve uma relação incestuosa, era um pianista e compositor cubano. A sua infância é passada entre músicos e artistas de renome, e em deambulações um pouco por toda a Europa. Em 1914 o pai abandona a família e a mãe decide regressar com os três filhos a Nova Iorque, onde crescera. A bordo do barco que a afasta da Europa solarenga, cheia de história e de arte, Anaïs começa a escrever uma longa carta ao pai, esse homem que a fascina e a aterroriza. A carta nunca foi enviada, mas foi-se prolongando a cada dia, transformando-se no seu diário e dando origem a uma paixão pela escrita. 


Em 1924, já casada com um banqueiro nova-iorquino  regressa a Paris. Convive com algumas das maiores personalidades literárias, artísticas e vanguardistas do seu tempo: Antonin Artaud, Otto Rank, André Maurois, Lawrence Durrel, Constantin Brancusi e, claro, Henry e June Miller. 


Nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, Anaïs vê-se forçada a abandonar Paris e regressa a Nova Iorque. Vive em Greenwich Village e, embora o ambiente intelectual seja propício à escrita, os seus romances são recusados pelas editoras. Aceita então escrever histórias eróticas para um colecionador anônimo  que serão compiladas e publicadas postumamente: Delta de Vénus e Passarinhos. Após publicar alguns dos seus romances em edição de autor e, a partir da década de 50, é editada com grande sucesso na Europa e para todas as línguas ocidentais, aclamado pela crítica americana e europeia.



Seus romances e narrativas, impregnados de conteúdo erótico, foram profundamente influenciados pela obra de James Joyce e a psicanálise. 

A escritora Anais Nïn adorava dançar flamenco





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