29 de março de 2012

Pablo Neruda...

É Proibido
                 - Pablo Neruda -

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.


A poesia do chileno Pablo Neruda


Pablo Neruda nasceu Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto em 12 de julho de 1904, em Parral (vilarejo da província de Linares, localizada na Região de Maule, no Chile), filho de um ferroviário e de uma professora primária. O pseudônimo Pablo Neruda foi adotado ainda na adolescência, inspirado no escritor tcheco Jan Neruda, e acabou se tornando seu nome legal.

Estudou Pedagogia em francês na Universidade do Chile e teve uma longa carreira diplomática, sendo cônsul do Chile na Espanha e no México. Foi senador, leu para mais de 100 mil pessoas no Estádio do Pacaembu em homenagem a Luís Carlos Prestes, foi Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford, foi Nobel de Literatura em 1971 e morreu de câncer na próstata em 23 de setembro de 1973, alguns dias após a queda de Salvador Allende no golpe militar comandado por Augusto Pinochet.

Segundo a escritora Isabel Allende, em seu livro “Paula”, Neruda morreu de tristeza ao ver a queda do governo socialista no Chile. O funeral de Pablo Neruda foi uma das últimas manifestações públicas da esquerda — ainda que silenciosa — durante os anos da ditadura chilena. Neruda havia aberto mão de sua candidatura a presidente em favor de Allende nas eleições presidenciais de 1970.

O filme chamado Il Postino (também conhecido como O Carteiro e O Poeta no Brasil ou O Carteiro de Pablo Neruda em Portugal, de 1994) conta sua história na Isla Negra, no Chile, com sua terceira mulher, Matilde. No filme, que é uma obra de ficção, a ação foi transposta para a Itália, onde Neruda teria se exilado. Lá, numa ilha, torna-se amigo de um carteiro que lhe pede para ensinar a escrever versos para conquistar uma moça do povoado.

Uma de suas três casas no Chile, “La Chascona” em Santiago, abriga atualmente um museu com seus objetos pessoais. As outras duas casas do poeta ficam em Isla Negra e Valparaíso.

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